sábado, janeiro 01, 2011

Janeiro 2011: O Admirável Mundo Novo


Aldous Huxley




    Aldous Huxley não só era um economista respeitado como provou ser um génio visionário mostrando há quase cem anos perturbadoras coincidências com o sistema económico para onde caminhamos. Publicado em 1932, Admirável Mundo Novo tornar-se-ia um dos mais extraordinários sucessos literários europeus das décadas seguintes. O livro descreve uma sociedade futura em que as pessoas seriam condicionadas em termos genéticos e psicológicos, a fim de se conformarem com as regras sociais dominantes. Tal sociedade dividir-se-ia em castas e desconheceria os conceitos de família e de moral. Contudo, esse mundo quase irrespirável não deixa de gerar os seus anticorpos. Bernard Marx, o protagonista, sente-se descontente com ele, em parte por ser fisicamente diferente dos restantes membros da sua casta. Então, numa espécie de reserva histórica em que algumas pessoas continuam a viver de acordo com valores e regras do passado, Bernard encontra um jovem que irá apresentar à sociedade asséptica do seu tempo, como um exemplo de outra forma de ser e de viver. Sem imaginar sequer os problemas e os conflitos que essa sua decisão provocará. Admirável Mundo Novo é um aviso, um apelo à consciência dos homens. É uma denúncia do perigo que ameaça a humanidade, se a tempo não fechar os ouvidos ao canto da sereia de uma falsa noção de progresso.

domingo, dezembro 05, 2010

Dezembro 2010: A Monetary History of the United States, 1867-1960


Milton Friedman

    É impossível compreender o funcionamento da economia sem estudar uma das suas correntes mais importantes de pensamento. Milton Friedman é a maior referência dos Monetaristas. Compreender os movimentos monetários, a sua influência na economia real é essencial! A política monetária é um dos pilares do sistema económico. A influência de Friedman continua a marcar o pensamento económico na actualidade.

domingo, outubro 31, 2010

Novembro 2010: Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações * Princípios de Economia Política e Tributação



David Ricardo

David Ricardo deu um importante contributo para o desenvolvimento da ciência económica. Na sequência da obra prima de Adam Smith, David Ricardo introduziu a primeira verdadeira análise teórica sobre economia. A cultura geral e a formação especializada do economista não pode ficar completa sem conhecer o trabalho de David Ricardo. Leitura altamente recomendada!

sábado, outubro 09, 2010

Outubro 2010: An Essay on the Principle of Population


Thomas Malthus

As hipóteses teorizadas por Thomas Malthus voltam a ser discutidas sempre que a economia mundial entra em crise. A perspectiva pessimista ou realista conforme o ponto de vista e as diferenças face ao posicionamento de Adam Smith marcam a importância deste autor. A wikipédia refere Thomas Malthus como: "Filho de um culto e rico proprietário de terras, amigo de Hume e Rousseau, terminou os estudos no Jesus College de Cambridge a partir de 1784, onde obteve um posto em 1793. Tornou-se pastor anglicano em 1797 e, dois anos depois, inicia uma longa viagem de estudos pela Europa. Casou-se em 1804 e, por isto, abandonou o posto de pastor.


Em 1805, foi nomeado professor de história e de economia política em um colégio da Companhia das Índias (o East India Company College), em Haileybury. Expôs suas idéias em dois livros conhecidos como Primeiro ensaio e Segundo ensaio: "Um ensaio sobre o princípio da população na medida em que afeta o melhoramento futuro da sociedade, com notas sobre as especulações de Mr. Godwin, M. Condorcet e outros escritores" (1798) e "Um ensaio sobre o princípio da população ou uma visão de seus efeitos passados e presentes na felicidade humana, com uma investigação das nossas expectativas quanto à remoção ou mitigação futura dos males que ocasiona." (1803).

Tanto o primeiro ensaio - que apresenta uma crítica ao utopismo - quanto o segundo ensaio - onde há uma vasta elaboração de dados materiais - têm como princípio fundamental a hipótese de que as populações humanas crescem em progressão geométrica. Malthus estudou possibilidades de restringir esse crescimento, pois os meios de subsistência poderiam crescer somente em progressão aritmética. Segundo ele, esse crescimento populacional é limitado pelo aumento da mortalidade e por todas as restrições ao nascimento, decorrentes da miséria e do vício.

Suas obras exerceram influência em vários campos do pensamento e forneceram a chave para as teorias evolucionistas de Darwin e Wallace. Os economistas clássicos como David Ricardo, incorporaram o princípio da população às suas teorias, supondo que a oferta de força de trabalho era inexaurível, sendo limitada apenas pelo fundo de salários.

Para Malthus, assim como para seus discípulos, qualquer melhoria no padrão de vida de grande massa é temporária, pois ela ocasiona um inevitável aumento da população, que acaba impedindo qualquer possibilidade de melhoria. Foi um dos primeiros pesquisadores a tentar analisar dados demográficos e econômicos para justificar sua previsão de incompatibilidade entre o crescimento demográfico e à disponibilidade de recursos. Apesar de ter assumido popularmente que as suas teses deram à Economia a alcunha da ciência lúgubre (dismal science), a frase foi na verdade cunhada pelo historiador Thomas Carlyle em referência a um ensaio contra a escravatura escrito por John Stuart Mill.

Os seus dois ensaios estão permeados de conceitos cristãos, como os de mal, salvação e condenação.

Escreveu também: Princípios de economia política (1820) e Definições em economia política (1827).

Em suas obras econômicas, Malthus demonstrou que o nível de atividade em uma economia capitalista depende da demanda efetiva, o que constituía, a seus olhos, uma justificativa para os esbanjamentos praticados pelos ricos. A idéia da importância da demanda efetiva seria depois retomada por Keynes.

Thomas Maltus representa o paradigma de uma visão que ignora ou rebaixa os benefícios da industrialização ou do progresso tecnológico. Ernest Gellner afirma em Pós-modernismo, razão e religião: "Previamente, a Humanidade agrária vivia num mundo Malthusiano no qual a escassez de recursos em geral condenava o homem a apertadas formas sociais autoritárias, à dominação por 'tiranos', 'primos' ou ambos".

Para o autor, a diferença entre as classes sociais era uma conseqüência inevitável. A pobreza e o sofrimento eram o destino para a grande maioria das pessoas."

quarta-feira, setembro 01, 2010

Setembro 2010: Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda


John Maynard Keynes

Este mês recomendamos aquele que foi muito provavelmente o livro mais revolucionário da História do Pensamento Económico. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda representa a obra prima de Keynes e um dos seus maiores legados para todos os que estudam a economia. Keynes constrói um modelo teórico em que as variações no produto dependem das mudanças nas relações entre despesa e rendimento, sendo despesa igual ao investimento mais os gastos em consumo (os lucros são um resíduo). Até aqui não se vislumbra nenhuma relação com o multiplicador, sendo claro, porém, que os blocos que constituem o conjunto de teorias começam a ser delineados na forma de parâmetros, com grande relevo para a preferência pela liquidez e as expectativas sobre os lucros. A preferência pela liquidez distingue-se da `bearishness` (baixa de valor nos mercados financeiros), na medida em que esta última mistura activos e dívidas contra moeda enquanto que a primeira concentra-se em dívidas contra dinheiro. O modelo contém uma determinação dos valores dos activos (lucros de curto prazo) através do fluxo das quase-rendas e da taxa de juro, com uma referência a determinação desta pela preferência pela liquidez. O volume de investimento aparece como uma função das expectativas sobre as quase-rendas prospectivas, da taxa de juro e o custo de produção dos bens de capital, todos os elementos que compõem a sua teoria da eficiência marginal, da qual nada se refere, assim como da procura efectiva, para além da referência a Adam Smith na última lição. Neste sistema, conclui Keynes não existe uma tendência de longo prazo para o pleno emprego, como supõe a teoria neoclássica. Inevitavelmente, temos de compreender Keynes se queremos compreender a Macroeconomia. Um dos maiores clássicos. Um grande Mestre. Leitura indispensável!

domingo, agosto 22, 2010

Agosto 2010: O Capital

 

Karl Marx

Este mês recomendamos mais um livro de um dos autores mais controversos da História do Pensamento Económico. O Capital é a verdadeira obra prima de Karl Marx e fonte de um quadro conceptual invejável que em muitos casos sobreviveu à queda das "Ditaduras do Proletariado" da antiga Europa de Leste. Trata-se de um livro em cinco tomos, leitura altamente recomendável a quem quiser entender economia e política. Recomenda-se aproveitar o Verão para descobrir ou reler O Capital.

sábado, julho 03, 2010

Julho 2010: Crítica do Nacionalismo Económico


Karl Marx


Este mês recomendo um livro de um dos autores mais controversos da História do Pensamento Económico. Karl Marx foi referência quase única para toda uma geração de economistas, que em boa verdade foram condicionados pelo pensamento único de raiz Marxista. Hoje temos a situação contrária, um dos autores que mais contribuiu para a criação do quadro conceptual do raciocínio económico está proscrito. No Macroeconomicus defendemos a pluralidade e a discussão aberta, baseada no conhecimento profundo da teoria e do estudo dedicado dos factos, portanto conhecer Karl Marx deve ser uma preocupação de todos. Destacamos este livro, em lugar da obra prima do autor, pois tem um enorme paralelismo com a situação actual e a luta constante entre o comércio livre e o proteccionismo, também referenciável como uma luta interminável entre o Capital e o Trabalho, como diria Marx. Este volume inclui dois textos de Karl Marx: o primeiro é um dos seus escritos menos conhecidos, redigido em 1845, e, em rigor, uma crítica à obra de Friedrich List, O Sistema Nacional da Economia Política (1841). O segundo texto é o discurso proferido por Marx em Janeiro de 1848, «Discurso Sobre a Ques­­tão do Comércio Livre». Aqui, Marx procura desmontar o argumento de acordo com o qual o comércio livre, na medida em que aumentaria os salários e diminuiria o preço do pão, beneficiaria o partido dos trabalhadores. No início do século XXI, é digno de atenção o regresso a um Marx que censura o proteccionismo com tanto ou maior em­penho do que o que empresta à crítica do comércio livre.

quinta-feira, abril 01, 2010

Abril 2010: Crash 1929



CRASH 1929

John Kenneth Galbraith


Este mês recomendo um livro de 1955, que tem sido constantemente reeditado ao longo dos anos e que volta a estar actual e a receber o interesse do público de cada vez que a economia ameaça voltar ao estado da Grande Depressão. Crash 1929 foi escrito por John Kenneth Galbraith, um dos grandes nomes da economia.
Este livro, escrito com humor e descodificando o que muitas vezes autores de menor nomeada pretendem tornar denso para justificarem sabedoria proeminente ainda que inexistente, constitui uma referência sobre as origens e consequências das crises económicas e financeiras.
A ler e reler por todos os que quiserem compreender o mundo actual.

domingo, fevereiro 28, 2010

Março 2010: A Grande Crise e Outros Textos


A Grande Crise e Outros Textos


J. M. Keynes


John Maynard Keynes escreveu há cerca de 75 anos este livro que volta a estar extremamente actual. Ao lermos muitas destas páginas chegamos a pensar que foram pensadas para os dias de hoje. Talvez as condições económicas não sejam exactamente iguais, as tecnologias utilizadas sejam muito diferentes, mas a natureza humana parece inalterada...
Recomenda-se esta leitura a todos os interessados em economia, mas também a todos os que queiram compreender o mundo em que vivemos.
Paul Krugman disse de Keynes que: "Uma coisa é certa: se existe outro Keynes, ele ou ela partilhará as mais importantes qualidades de Keynes. Keynes era um intelectual com todas as informações que compreendia as ideias económicas prevalecentes no seu tempo melhor que ninguém. Sem aquela base de conhecimento e a capacidade de argumentação que lhe é inerente, não teria sido capaz de construir uma devastadora crítica à ortodoxia económica. Mas foi ao mesmo tempo um radical audacioso, disposto a considerar a possibilidade de que algumas das premissas fundamentais de economia que lhe tinham sido ensinadas estavam erradas."

sexta-feira, setembro 08, 2006

Fevereiro 2010: A Riqueza das Nações


A Riqueza das Nações




Adam Smith



Adam Smith é conhecido como o pai da Economia e na verdade escreveu um livro fundador da ciência económica pela riqueza da metodologia utilizada, que é simultaneamente um livro de leitura extremamente simples e que trata a economia como o fruto de relações entre pessoas e aborda as relações patrimoniais e monetárias como consequência dessas relações. Afinal a economia é uma ciência social e humana, não se tratando de uma ciência exacta que avança ao sabor dos avanços das matemáticas. Estuda-se com a matemática, mas não se limita ao que a matemática nos indica. Adam Smith foi o primeiro a perceber isso. Ainda hoje há muito quem não perceba, incluindo muitos académicos em demasiadas universidades por esse mundo fora.
Riqueza das Nações é uma obra de Adam Smith dividida em 5 livros e publicada em 1776, trazendo considerações históricas e farto material empírico, sendo um paradigma teórico no desenvolvimento científico da economia no século XVIII.